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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Psicologia e Educação - Questões de prova

1. Articule as condições históricas e a teoria de Freud aponte suas maiores contribuições para a psicologia e para a educação 
Sua teoria gerou muita polêmica trabalhou com noções do inconsciente e rompido com os moldes e interpretações do comportamento humano, proposto pela Psicologia Empirista,. As maiores contribuições para a psicologia são a aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e de o complexo de Édipo. Na educação, podemos apontar que na época de Freud a sociedade cultivava valores morais muito rígidos, e estudando os comportamentos de diferentes pacientes, , para ele ficou evidente que as frustrações desenvolvidas por tais pessoas estavam relacionadas aos valores gerados por uma educação conservadora e moralizante. Ele acreditava que os conceitos de psicanálise podem ter condições de atenuar os rigores sociais e morais. Para Freud a educação deveria ser fonte de prazer, de satisfação, e não de castração ou recalque.

2-Qual Conceito de Inteligência para Gardner e qual o impacto desse conceito para a Educação? 
O maior impacto foi à forma de olhar o aluno, antes de Gardner só eram olhadas as inteligências matemáticas e linguísticas, após Gardner a criança passou a ser vista com sujeito de muitas inteligências o que mudou a forma de avaliar e ensinar a criança, pois hoje como educadores precisamos explorar as múltiplas inteligências de nossos alunos e precisamos descobrir quais são as suas habilidades e projetar diferentes modos de avaliação e desempenho dos alunos.

3- Conceitue o de senvolvimento da linguagem e suas funções na construção da pessoa na teoria de Wallon e na Construção social da mente de Vygotsky  
Para Wallon com a linguagem aparece a possibilidade da objetivação dos desejos. A permanência e objetivação da palavra permitem a criança separar-se das suas motivações momentâneas, prolongar a lembrança de uma experiência, antecipar, combinar, calcular, imaginar, sonhar!Para Vygotsky a linguagem é a principal atividade humana porque permite a representação das ações. Na criança o uso da linguagem constitui um dos meios mais expressivos para a formação da consciência, que é quando fala e atividade prática convergem. É principalmente pelo uso da linguagem e dos signos que ela interioriza o mundo ao seu redor

4- Discuta o uso e instrumentos e a inteligência praticada na teoria elaborada por Vygotsky
O uso dos instrumentos é um conceito expressivo na teoria de Vygotsky, pois está associado ao trabalho e às trans formações da natureza. A inteligência prática faz com que o ser humano desenvolva habilidades diferenciadas em relação a muitos animais, mas, ao mesmo tempo essas habilidades ainda são compartilhados por animais de caráter mais evoluído

5 - Conceitue educação especial segundo a literatura do módulo.
É uma modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino é oferecida para educandos portadores de necessidades especiais.

6 - Quais os principais objetivos da educação especial.
Atender portadores de deficiências em escolas próximas de suas residências; ampliar o acesso desses alunos nas classes comuns; fornecer capacitação aos professores propiciando um atendimento de qualidade; favorecer uma aprendizagem na qual as crianças possam adquirir conhecimentos juntas, porém, tendo objetivos e processos diferentes; desenvolver no professor a capacidade de usar formas criativas com alunos portadores de deficiência física, a fim de que a aprendizagem se concretize.

7 - Cite 2 princípios encontrados na educação especial.
Destacam-se os princípios de justiça e igualdade, considerando que todos tem direitos à oportunidade de acesso à educação nas mesmas condições

8 - Qual a importância da inclusão educacional?
Entre os diversos motivos relevantes da inclusão educacional da pessoa portadora de deficiência, destacam-se os princípios de justiça e igualdade, considerando que todos tem direito a oportunidade de acesso a educação, nas mesmas condições. A observância deste preceito proporcionará, aos deficientes físicos, uma participação social integrada aos demais membros da comunidade.

9 - Que lei garante que a educação especial seja oferecida preferencialmente na rede regular de ensino?
Lei nº 9.394/96

10 - Quais as conseqüências que a "rotulação" na subjetividade dos indivíduos pode acarretar?
O individuo passa a se ver e a ser visto a partir de um rotulo, perdendo-se de vista, tudo o que se relaciona ao seu referencial sociocultural, a riqueza de sua subjetividade, de seus valores, de sua individualidade, de sua particularidade, acabando por se tornar um excluído social por se diferenciar dos demais membros da sociedade.

11- Segundo a literatura estudada, quem são os alunos com necessidades educacionais especiais?
Alunos que apresentem, dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências.
dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando adaptações de acesso ao currículo, com utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
*altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos, devem receber
2 desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa escolar.

12 - Que problemas podem ocorrer diante do desequilíbrio entre teoria e pratica apresentados pelos educadores da educação inclusiva? Comente
Esta divisão tão demarcada apresenta conseqüências expressivas no processo de inclusão, apontando para o fato de que não é realizado de maneira minimamente articulada, nem segue uma orientação mais uniforme. Ele se faz (ou deixa de ser feito) de acordo com a percepção de cada professor a respeito de seu aluno.Esse desequilíbrio entre teoria e prática nos leva a crer que para a efetivação de uma mudança de consciência dos profissionais será preciso validar todo este constructo teórico por meio de uma inclusão eficaz. Fica evidente que o processo formação dos profissionais de ensino precisa urgentemente ser avaliado, bem como capacitar aqueles que já se encontram na força de trabalho

13 - Descreva uma das principais características da Deficiência sensorial física.
Considera-se deficiência física uma variedade de condições que afetam o individuo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou de fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de más-formações congênitas ou adquiridas

14 - Descreva uma das principais características da deficiência intelectual (mental)
Na deficiência mental, observa-se uma limitação da capacidade de aprendizagem do indivíduo e de suas habilidades relativas à vida diária.

15 - Descreva uma das principais características da deficiência sensorial auditiva
A deficiência auditiva significa uma perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da audição e pode manifestar-se como surdez leve/moderada, severa profunda

16 - Articule 2- Qual o conceito de inteligência para Gardner e qual impacto deste conceito para educação?
O maior impacto foi à forma de olhar o aluno, antes de Gardner só eram olhadas as inteligências matemáticas e linguísticas, após Gardner a criança passou a ser vista com sujeito de muitas inteligências o que mudou a forma de avaliar e ensinar a criança, pois hoje como educadores precisamos explorar as múltiplas inteligências de nossos alunos e precisamos descobrir quais são as suas habilidades e projetar diferentes modos de avaliação e desempenho dos alunos.
17 - Articule as condições históricas e a teoria de Freud. Aponte suas maiores contribuições para a psicologia e para a educação. Sigmund Freud foi um médico, considerado pai da psicanálise. Sua teoria gerou muita polêmica desde a sua época até os tempos atuais, por ter trabalhado com noções do inconsciente e rompido com os moldes e interpretações do comportamento humano, proposto pela Psicologia Empirista, que defendia que as reações humanas deveria ser medidas e quantificadas. As maiores contribuições para a psicologia são a aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e de o complexo de Édipo. Na educação, podemos apontar que na época de Freud a sociedade cultivava valores morais muito rígidos, e estudando os comportamentos de diferentes pacientes, Freud chegou a conclusão que era devido um processo de castração e de inibição da sexualidade, para ele ficou evidente que as frustrações desenvolvidas por tais pessoas estavam relacionadas aos valores gerados por uma educação conservadora e moralizante. Ele acreditava que os conceitos de psicanálise podem ter condições de atenuar os rigores sociais e morais. Para Freud a educação deveria ser fonte de prazer, de satisfação, e não de castração ou recalque.
18 - Qual a contribuição da teoria das inteligências múltiplas para o trabalho do professor em sala de aula?
Através do conhecimento de que nossos alunos possuem inteligências múltiplas podemos direcionar de uma forma mais eficaz o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que poderíamos priorizar todas as formas de inteligências encontradas em uma sala de aula, ao invés de privilegia apenas uma. Desta forma essa teoria proporciona uma nova maneira de olharmos nossos alunos mais amplos, mais integralizados.

19 - Discuta o conceito de consciência para Wallon, aponte seu processo de constituição e destaque sua importância para o desenvolvimento do indivíduo.
Para Wallon a consciência e a possibilidade dos indivíduos diferenciarem-se uns nos outros. Ele considerava a pessoa como um ser integral, um ser social, onde o processo da tomada de consciência se dá pela interação  wallon através da sua analise comparativa, ou seja comparando criança normal e patológica já extraindo os princípios reguladores identificando vários estágios. E estes estágios são importantes pois poderá desenvolver suas tendências e aptidões.

20 - Analise o caso das meninas Anala e Kamala a partir da teoria sócio-cultural de vygotsky,destaque a questão da cultura
Esta situação repesenta a maneira como o individuo social possibilita criar condições para o aparecimento da consciência.Para Davis e Oliveira(1990), Os homens, quando transformam a natureza e aprimoram seu instrumentos, estão desenvolvendo suas funções mentais superiores, como percepção, atenção, memória e raciocínio. Nesse processo, também estão formando suas personalidades.
21 - Apresente duas linhas de pensamento psicológico, destaque os conceitos centrais e seus principais representantes. P.123  -Funcionalismo, seus principais seguidores, os americanos Willian James e John Dewey seguiam as concepções de Darvin afirmando que a mente e a conduta humanas se adaptam. Tentam atender o funcionamento da mente conforme o meio onde esta interage, sua adaptação;- Associalismo, seu principal representante é Edward Lee Thorndike afirma, o comportamento é modelável ao ambiente e segue leis de direcionamento.
22 - Qual é a função da emoção na teoria de wallon? Como desenvolver a afetividade a partir do trabalho com as emoções?
2º A emoção tem papel importante no desenvolvimento humano. Independente da cultura, a emoção vem acompanhada de reações organicas diversas. A emoção é contagiosa e representa a cultura e a expressividade de um povo, sendo um processo coletivo, sempre referindo-se a algo ou alguem. As ideias de Wallon nos traz interessantes questões relacionadas as interações afetivas e cognitivas construidas com as trocas sociais onde a emoção se faz presente.

23 - Discuta conceitualmente a seguinte afirmação:"a inteligência não começa pelo conhecimento do eu nem pelo conhecimento das coisas enquanto tais,mas pelo conhecimento de sua interação orientando-se simultaneamente para os dois pólos desta interação,a inteligência organiza o mundo,organizando-se a si mesma(piaget apud. Fer.(2001).
Dessa maneira, é possível compreender que as pesquisas de Piaget não visam a conhecer  melhor a criança e aperfeiçoar os métodos educativos, mas compreender o homem, a formação dos mecanismos mentais para entender  como estrutura-se o processo de aquisição de conhecimento.

24 - Porque a indisciplina é o maior mal da educação moderna segundo Tiba?PAG 168
Em Tiba  (1996) , vemos aspectos negativos de falta de disciplina estudantil  apropriada é nescessaria para o processo de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento mais amplo do aluno.

25 - Qual é a função da emoção na teoria de wallon?Como desenvolver a afetividade a partir dos trabalhos com emoções.
Segundo a teoria de Wallon, as emoções se relacionam ao espaço, as possibilidades ou não de movimentação e as relações entre as pessoas. Wallon quanto a emoção,a considera possuidora de um papel espressivo  no desenvolvimento humano. (distinção) entre emoção e afetividade é utilma-pq da ao educador mais um elemento para conhecer o aluno e adequar suas atividades. A emoção, ao se expressar pelo corpo, da ao bom observador idicios de como o aluno está se posicionando ante as varias exigências da escola, assustado, com medo, com raiva, ou com tranqüilidade, prazer e alegria.

26 - Discuta o conceito de consciência para Wallon, aponte seu processo de constituição e destaque sua importância para o desenvolvimento do indivíduo.
A distinção resulta tanto daquilo que faz com que o sujeito afirme sua identidade como daquilo que o sujeito deve *expulsar* de si para afirmar, o individuo formar-se no esforço do Eu em se opor a sociedade. Por outro lado, e em primeiro lugar, o sujeito é social não por contigencias externas, mas devido ao seu estado inicial de necessidades e imperícia.


Analise o caso das meninas-lobo Amala e Kamala a partir da teoria sócio-cultural de Vygotsky, destaque a questão da cultura.
Podemos dizer que, recebemos a natureza por herança, mas a cultura só pode ser dada através da educação em sociedade. Entretanto, o tipo de sociedade na qual somos criados, também determina o tipo de pessoa que seremos. Isso significa que quando o indivíduo faz uma interação com os objetos ele se desenvolve.

Discuta conceitualmente a seguinte afirmação: A inteligência não começa nem pelo conhecimento do eu nem pelo conhecimento das coisas enquanto tais, mas pelo conhecimento de sua interação orientando-se simultaneamente para os dois pólos desta interação, a inteligência organiza o mundo, organizando-se a si mesma (PIAGET, FERREIRO, 2001) 
A construção da inteligência acontece por etapas sucessivas onde uma etapa é resultante de outra anterior. Podemos dizer que a inteligência é a própria vida no seu processo de adaptação. Todo ser vivo procura o equilíbrio que permite a adaptação através do processo de auto – regulação. A inteligência não é uma capacidade abstrata de pensar, ou raciocinar, mas sim de agir corretamente em um meio real.

Por que a indisciplina é o maior mal da educação moderna, segundo Tiba?
Porque a indisciplina faz com que o indivíduo perca a organização interna, faz com que ele venha perder toda a responsabilidade de suas atividades, acaba se tornando adulto sem conhecimento algum em relação a disciplina e, com isso, não consegue se adaptar a qualquer atividade pessoal ou profissional.

Qual é a função da emoção na teoria de Wallon? Como desenvolver a atividade a partir do trabalho com as emoções? 
Tem-se como função formas corporais de expressar o estado de espírito da pessoa, manifestação físicas, alterações orgânicas, como o choro, aquele frio na barriga, etc. para Wallon, a emoção é fundamentalmente social, ela fornece o primeiro e o mais forte vínculo entre os indivíduos. Podemos dizer que afetividade, a partir das emoções, são essencialmente mecanicista e pouco inteligível, podendo se desenvolver do ponto de vista da construção da pessoa como do ponto de vista do conhecimento, é marcante para o desenvolvimento da humanidade que se manifesta a partir do nascimento e estende-se pelo primeiro ano de vida da criança.

5 – Escreva o conceito de inteligência proposto por Gardner e defina as diferentes inteligências propostas pelo autor.
Para Gardner, o ser humano apresenta vários tipos de inteligências. São elas: lingüística, matemática, cinestésica, espacial, musical, interpessoal e intrapessoal                                                                                                                                                          

6 – Conceitue e explique:
a) Equilibração – é a contrabalança do conhecimento, equilibra todo o conhecimento adquirido
b) Conservação – nada mais é do que a preservação do conhecimento adquirido

7 – O brinquedo é um elemento fundamental para o desenvolvimento da criança. Este conceito é central para qual teoria psicológica? Explique-o e exemplifique.
Pela teoria sociocultural de Vygotsky, a brincadeira e os brinquedos servem para transformar objetos presentes, por exemplo, a criança brinca de boneca imitando sua mãe.

8 – articule desenvolvimento e aprendizagem para Piaget e para Vygotsky. 
Para Vygotsky, o desenvolvimento humano está relacionado com o meio ao qual o indivíduo está inserido, ou seja, depende do convívio social e físico. Para Piaget, o processo de desenvolvimento se evolui à medida que a criança cresce e investiga elaborando uma teoria

9 – Conceitue o desenvolvimento da linguagem e suas funções na constituição da pessoa na teoria de Wallon e na construção social da mente de Vygotsky.
Conforme Wallon, a linguagem expressa o pensamento, faz com que ele fique conhecido e compartilhado pelas pessoas, tendo assim, uma função socializadora. Para Vygotsky, a construção social da mente se dá de forma semelhante, onde através do meio e do convívio com o outro que se efetiva.

10 – Qual o conceito de inteligência para Gardner e qual o impacto desse conceito para a educação?
Gardner coloca a inteligência num aspecto de qualidade, propondo uma nova visão da inteligência estabelecida como inteligências múltiplas e isto impacta na educação como uma maneira diferente de observar o aluno, identificando quais das inteligências são latentes e devem ser preservadas e quais ainda estão adormecidas e devem ser trabalhadas e despertadas.

11 - Articule as condições históricas e a teoria de Freud. Aponte suas maiores contribuições para a psicologia e para a educação. 
Apesar de haver pesquisadores que trabalhavam alguns aspectos da psicanálise, foi Freud quem estabeleceu uma forma de estudo mais completa da personalidade humana. Enquanto a psicologia estudava o comportamento em aspectos isolados, a psicanálise freudiana trabalhava o ser humano como um todo, considerando várias situações de sua vida. Para a educação, a psicanálise colabora num melhor entendimento do desenvolvimento e comportamento humano.

12 – Discuta o uso de instrumentos e a inteligência prática na teoria elaborada por Vygotsky.
O uso de instrumentos estabelece uma relação de aprendizagem prazerosa, permite a criação de situações imaginárias, possibilita a aquisição de conhecimento, o desenvolvimento do pensamento, a reflexão, análise e resolução de situações ou problemas.



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Preconceitos na Inclusao Escolar de Crianças Especiais



educação é um direito de todos e PARA TODOS; para isso a escola deve se adequar às necessidades educacionais de seu alunado. Portadores de Necessidades Educativas Especiais não são, somente, os portadores de deficiências como muitos ainda pensam... leia um trecho da Resolução que trata deste assunto:

RESOLUÇÃO CNE/CEB No. 02/2001 Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

Art. 2º Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educando com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.

Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o
processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que
dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a
utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar
rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf



É importante conhecer as Necessidades Especiais para saber lidar com os alunos:

Deficiência Visual
Baixa Visão
É a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados, tais como: baixa acuidade visual significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes, que interferem ou que limitam o desempenho visual do indivíduo.
A perda da função visual pode se dar em nível severo, moderado ou leve, podendo ser influenciada também por fatores ambientais inadequados. Logo que detectada a baixa visão, existem técnicas para trabalhar o resíduo visual (usam-se óculos, lupas, etc) as pessoas com baixa visão distinguem vultos, claridade e objetos a pouca distância. Utilizam para leitura e escrita letras com tipos ampliados.

Cegueira
É a perda total da visão, até a ausência de projeção de luz.
Do ponto de vista educacional, deve-se evitar o conceito de cegueira legal (acuidade visual igual ou menor que 20/200 ou campo visual inferior a 20° no menor olho), utilizada apenas para fins sociais, pois não revelam o potencial visual útil para a execução de tarefas. Utilizam o método Braille para leitura e escrita, para locomoção utilizam a bengala longa e para cálculos matemáticos utilizam o soroban que é uma adaptação do antigo ábaco.

Deficiência Física:
Alteração completa ou parcial dos membros superiores (braços) e/ou inferiores (pernas), acarretando comprometimento da função física. Em alguns casos é devido à paralisia cerebral (conjunto de distúrbio motores decorrentes de uma lesão no cérebro, durante os primeiros estágios de desenvolvimento); pode ter afetada a comunicação oral, escrita e/ou gestual. Nestes casos pode ser utilizada a comunicação alternativa (pranchas ou livros de comunicação com desenhos, fotos ou símbolos com figuras correspondentes a substantivos, adjetivos, verbos e advérbios mais utilizados na linguagem do cotidiano). Pode ser utilizado o Método Bliss.

Deficiência Auditiva:
Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis, desde uma perda leve ate a perda total da audição. (pode-se trabalhar com os resíduos auditivos nas atividades educacionais através do uso de aparelho auditivo que amplificam o som). Utilizam a LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais (é a primeira língua materna dos surdos).

Deficiência intelectual:
É a nomenclatura usada atualmente para definir o que antigamente chamávamos de deficiência mental. O termo foi aprovado em agosto de 2006, em uma Convenção Internacional de Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU). Dificuldade na aprendizagem de conceitos abstratos, focar a atenção, na capacidade de memorização e resolução de problemas, com manifestação antes dos 18 anos. Em alguns casos apresentam discrepância entre idade mental e a idade cronológica, porém a melhor forma de promover a interação social é colocando-os em contato com crianças da mesma faixa etária, o que contribuirá muito com seu desenvolvimento.

Deficiência múltipla:
é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências, como também a distúrbios (neurológico, emocional, e de linguagem) que causam atraso no desenvolvimento educacional, vocacional, social e emocional, dificultando sua autonomia. Aprendem mais lentamente; tendem a esquecer as habilidades que não são praticadas; necessitam de alguém para mediar seu contato com o meio que o rodeia.

Surdocegueira:
É um indivíduo com privações multisensoriais. É uma deficiência única que apresenta a perda da audição e da visão de tal forma que a combinação das duas impossibilita o uso dos sentidos à
distância, cria necessidades especiais de comunicação. Para sua autonomia, a pessoa surdocega precisa de um guia-intérprete.
Formas de comunicação: Libras, Alfabeto digital na mão da pessoa surdocega letra por letra (formato em tinta ou alfabeto de surdos), tadoma (utilização do tato, pela pessoa com surdocegueira, colocando-se a mão no rosto de quem fala).

Transtornos Globais do Desenvolvimento:
Autismo- é um transtorno do desenvolvimento, que manifesta-se tipicamente antes dos 3 anos de idade. Este transtorno compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental. Pode ser utilizado o Método Teacch: programa estruturado que privilegia a rotina e a antecipação das atividades através de estímulos visuais o que facilita a comunicação (linguagem receptiva e expressiva). São utilizados como estímulos (fotos, figuras, cartões), estímulos corporais (apontar, gestos, movimentos corporais).

Condutas Típicas:
São “manifestações comportamentais típicas de portadores de síndromes (Ex.: Síndrome de Asperger, Síndrome de Willians, Síndrome de Rett) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento da pessoa e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado”.(MEC-SEESP,1994, p.7-8).

Altas Habilidades / Superdotação:
A Política Nacional de Educação Especial (1994) define como portadores de altas habilidades / superdotados os educandos que apresentarem notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica especifica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora. A escola deve apresentar propostas que atendam as suas particularidades, seja na classe comum ou em programas específicos de enriquecimento em Salas de Recursos, para atendimento Suplementar.

Dislexia:
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Haverá sempre:
- dificuldades com a linguagem e escrita;
- dificuldades em escrever;
- dificuldades com a ortografia;
- lentidão na aprendizagem da leitura;
Se criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos prejuízo emocional.

TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção 
É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.


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Sugestões de adaptações para alunos com necessidades especiais

Deficiência Visual
• Leia ou peça para alguém ler o que está escrito na lousa;
• Sempre que possível, passe a mesma lição que foi dada para a classe;
• Procure o apoio do professor especializado, que ensinará à criança o sistema Braille e acompanhará o processo de aprendizagem;
• Busca de recursos pedagógicos para o aluno com deficiência é um direito dele;
• Disponibilize com antecedência os textos e livros para o curso;
• Se possível, o material de estudo deve ser fornecido sob a forma de textos ampliados, textos em Braille, textos e aulas gravadas em áudio ou em disquete, de acordo com as necessidades do aluno e a possibilidade da escola. O aluno poderá, ainda, precisar utilizar auxílios ópticos e computadores com programas adaptados, assim como apoio para trabalho de laboratório e do pessoal da biblioteca;
• Durante as aulas, é útil identificar os conteúdos de uma figura e descrever a imagem e a sua posição;
• Substitua os gráficos e tabelas por outras questões ou utilize gráficos simples em relevo;
• Transcreva para braile as provas e outros materiais;
• Possibilite usar formas alternativas nas provas: o aluno pode ler o que escreveu em braile; fazer gravação em fita K-7 ou escrever com tipos ampliados;
• Amplie o tempo disponível para a realização das provas;
• Evite dar um exame diferente, pois isso pode ser considerado discriminatório e dificulta a avaliação comparativa com os outros estudantes;
• Ajude só na medida do necessário;
• Tenha um comportamento o mais natural possível, sem super proteção, ou pelo contrário, ignorá-lo.

Como o aluno com deficiência visual pode aprender matemática?
Para ensinar matemática, o instrumento mais utilizado é o ábaco (ou soroban) que é de origem japonesa. Seu manuseio é fácil e pode ajudar também os alunos que enxergam, pois ele concretiza as operações matemáticas.
Outra técnica complementar que pode ser utilizada com bons resultados é o cálculo mental, que deve ser estimulado desde o início da aprendizagem e que será útil, posteriormente, quando o aluno estudar álgebra.
É importante ressaltar que, ao adaptar recursos didáticos para facilitar o aprendizado de alunos com deficiência, o professor acaba beneficiando todos os alunos, pois recorre a materiais concretos, que facilitam a compreensão dos conceitos.

Deficiência Auditiva:
Como você pode ensinar um aluno surdo?Você pode desenvolver o processo de aprendizagem com o aluno surdo adotando a mesma proposta curricular do ensino regular, com adaptações que possibilitem:
• o acesso ao conteúdo, utilizando sistemas de comunicação alternativos, como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a mímica, o dese­nho, a expressão corporal;
• a utilização de técnicas, procedimentos e instrumen­tos de avaliação compatíveis com as necessidades do aluno surdo, sem alterar os objetivos da avaliação, como, por exemplo, maior valoriza­ção do conteúdo em detrimento da forma da mensagem expressa.
Você sabia que é errado dizer “surdo-mudo”? Algumas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Elas não são mudas, porque podem emitir sons. A pessoa muda é aquela que não consegue emitir nenhum som. As pessoas surdas podem se comunicar de várias formas, uma delas é através da língua de sinais, que funciona como uma linguagem gestual.

Sugestões de apoio ao aluno com deficiência auditiva:
• Os alunos com deficiências auditivas devem ficar sempre na primeira fila na sala de aulas. Dependendo da condição sócio-econômica da família e do tipo de surdez, o aluno pode utilizar um recurso acústico (Aparelho Auditiva e/ou Sistema de FM), para amplificar o som da sala;
• Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim, o professor e os colegas devem falar o mais claramente possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil para estes alunos anotarem nas aulas, durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o professor fala;
• É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência, assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento das palavras e do conteúdo da aula a ser lecionada. Pode também justificar-se a utilização de um intérprete que use a língua brasileira de sinais;
• Este estudante pode necessitar de tempo extra para responder aos testes;
• Fale com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz;
• Evite estar em frente à janela ou outras fontes de luz, pois o reflexo pode obstruir a visão;
• Quando falar, não ponha a mão na frente da boca;
• Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa (ex.: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois e não simultaneamente);
• Repita as questões ou comentários durante as discussões ou conversas e indique (por gestos) quem está a falar, para uma melhor compreensão por parte do aluno;
• Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, para assegurar que foram entendidas;
• Durante os exames, o aluno deverá ocupar um lugar na fila da frente. Um pequeno toque no ombro dele poderá ser um bom sistema para chamar-lhe a atenção, antes de fazer um esclarecimento.

Deficiência Física:
• Características: são comuns as dificuldades no grafismo em função do comprometimento motor. Às vezes, o aprendizado é mais lento, mas, exceto nos casos de alteração na motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas. Muitos precisam de cadeira de rodas ou muletas para se locomover. Outros apenas de apoios especiais e material escolar adaptado, como apontadores, suportes para lápis etc.
• Recomendações: a escola precisa ter elevadores ou rampas. Fique atento a cuidados do dia a dia, como a hora de ir ao banheiro. “Algum funcionário que tenha força deve acompanhar a criança”, explica Marília Costa Dias, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, na capital paulista. Nos casos de hidrocefalia, é preciso observar sintomas como vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça.

Paralisia Cerebral:
• Características: a principal é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão. Inclui dificuldades para caminhar, na coordenação motora, na força e no equilíbrio. Pode afetar a fala.
 Recomendações: para contornar as restrições de coordenação motora, use canetas e lápis mais grossos – uma espuma em volta deles presa com um elástico costuma resolver. Utilize folhas avulsas, mais fáceis de manusear que os cadernos. Escreva com letras grandes e peça que o aluno se sente na frente. É importante que a carteira seja inclinada. Se ele não consegue falar e não utiliza uma prancha própria de comunicação alternativa, providencie uma para ele com desenhos ou fotos por meio dos quais se estabelece a comunicação. Ela pode ser feita com papel cartão ou cartolina, em que são colados figuras pequenas, do mesmo material, e fotos que representem pessoas e coisas significativas, como os pais, os colegas da classe, o time de futebol, o abecedário e palavras-chave, como “sim”, “não”, “fome”, “sede”, “entrar”, “sair” etc. Para informar o que quer ou sente, o aluno aponta para as figuras e se comunica. Ele precisa de um cuidador para ir ao banheiro e, em alguns casos, para tomar lanche.

Múltipla Deficiência Sensorial:
Sinais de surdocegueira• Déficit de audição e visão;
• Atraso significativo no desenvolvimento global (motor e cognitivo);
• Ausência de fala;
• Dificuldade em estabelecer relações com o outro;
• Tendência ao isolamento pela falta de comunicação;
• Chora, geme e faz movimentos corporais como formas de comunicação.

O que você pode fazer?
Orientar os pais a procurar profissional especializado. Uma instituição que tem sido considerada referência nesta área é o Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial
. Para entrar em contato acesse o site: http://www.grupobrasil.org.br/ E-mail:grpbrasil@ssol.com.br.

Deficit Intelectual:
• Aja naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficit intelectual;
• Trate-a com respeito e consideração, de acordo com sua idade;
• Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa;
• Dê atenção a ela, converse e vai ver como pode ser agradável;
• Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficit intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Alunos com deficit intelectual• Não subestime a inteligência do aluno! Encoraje as perguntas e a expressão de suas opiniões;
• Não superproteja. Deixe que ele faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário;
• Valorize mais o processo do que o resultado. Mas não ignore os resultados, eles também devem ser esperados e cobrados do aluno;
• Promova a participação em atividades estimulantes e diversificadas;
• Respeite as preferências, os gostos e as decisões do aluno.

Autismo - Transtorno Global do Desenvolvimento
-Características: dificuldades de interação social, de comportamento (movimentos estereotipados, como rodar uma caneta ou enfileirar carrinhos) e de comunicação (atraso na fala). “Pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual”, afirma o neurologista José Salomão Schwartzman, docente da pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Alguns, porém, têm habilidades especiais e se tornam gênios da informática, por exemplo.
Recomendações: para minimizar a dificuldade de relacionamento, crie situações que possibilitem a interação. Tenha paciência, pois a agressividade pode se manifestar. Avise quando a rotina mudar, pois alterações no dia a dia não são bem-vindas. Dê instruções claras e evite enunciados longos.

Condutas típicas:

SÍNDROME DE ASPERGER
• Definição: condição genética que tem muitas semelhanças com o autismo.
• Características: focos restritos de interesse são comuns. Quando gosta de Matemática, por exemplo, o aluno só fala disso. “Use o assunto que o encanta para introduzir um novo”, diz Salomão Schwartzman.
• Recomendações: as mesmas do autismo.

SÍNDROME DE WILLIAMS
Definição: desordem no cromossomo 7.
• Características: dificuldades motoras (demora para andar e falta de habilidade para cortar papel e andar de bicicleta, entre outros) e de orientação espacial. Quando desenha uma casa, por exemplo, a criança costuma fazer partes dela separadas: a janela, a porta e o telhado ficam um ao lado do outro. No entanto, há um interesse grande por música e muita facilidade de comunicação. “As que apresentam essa síndrome têm uma amabilidade desinteressada”, diz Mônica Leone Garcia.
• Recomendações: na sala de aula, desenvolva atividades com música para chamar a atenção delas.

SÍNDROME DE RETT
 Definição: doença genética que, na maioria dos casos, atinge meninas.
• Características: regressão no desenvolvimento (perda de habilidades anteriormente adquiridas), movimentos estereotipados e perda do uso das mãos, que surgem entre os 6 e os 18 meses. Há a interrupção no contato social. A comunicação se faz pelo olhar.
• Recomendações: “Crie estratégias para que esse aluno possa aprender, tentando estabelecer sistemas de comunicação”, diz Shirley Rodrigues Maia, da Ahimsa. Muitas vezes, crianças com essa síndrome necessitam de equipamentos especiais para se comunicar melhor e caminhar.

QUER SABER MAIS?
Associação de Amigos do Autista (AMA), http://www.ama.org.br/
de Assistência à Criança Deficiente (AACD), http://www.aacd.org.br/
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae),http://www.apaebrasil.org.br/
Educacional para Múltipla Deficiência, http://www.ahimsa.org.br/
Associação Quero-Quero, http://www.projetoqueroquero.org.br/
Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic),http://www.derdic.pucsp.com.br/
Fundação Dorina Nowill para Cegos, http://www.fundacaodorina.org.br/
Fundação Selma, http://www.fund-selma.org.br/
Instituto de Educação para Surdos (Ines), http://www.ines.gov.br/
Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual,http://www.laramara.org.br/

Fonte: Revista Nova Escola Edição Especial Julho 2009 Título original: Aprender a superar


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Henri Wallon


      Henri Wallon nasceu em 15 de junho de 1879, em Paris, filho de Paul Alexandre Joseph e neto de Henri-Alexandre Wallon. Tornou-se bem conhecido por seu trabalho científico sobre Psicologia do Desenvolvimento, devotado principalmente à infância, em que assume uma postura notadamente interacionista, e por sua atuação política e posicionamento marxista. Por sua formação, ocupou os postos mais altos no mundo universitário francês, em que liderou uma intensa atividade de pesquisa.

Ao longo de sua vida foi sempre muito explícita sua aproximação com a educação. Aos 23 anos, em 1902 formou-se em Filosofia pela Escola Normal Superior, e em 1908 formou-se em Medicina, sendo que de 1908 a 1931 trabalhou com crianças portadoras de deficiência mental. 

O contato com as lesões cerebrais sofridas por ex-combatentes fez com que revise postulados neurológicos que havia desenvolvido no atendimento a crianças com deficiência.

Posições Teóricas
A obra de Henri Wallon é perpassada pela idéia de que o processo de aprendizagem é dialético: não é adequado postular verdades absolutas, mas, sim, revitalizar direções e possibilidades.
Uma das consequências desta postura é a crítica às concepções reducionistas: Wallon propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação a seu caráter cognitivo quanto ao caráter afetivo e motor. Para Wallon, a cognição é importante, mas não mais importante que a afetividade ou a motricidade.

          Wallon colheu material para o desenvolvimento de sua teoria a partir de observações de feridos de guerra com lesões cerebrais e de crianças com anomalias psicomotoras, em geral. Preocupado em estudar objetivamente a consciência, procurou compreender o desenvolvimento psicomotor humano numa perspectiva psicogenética. Para tanto, estudou os distúrbios do desenvolvimento psicomotor e mental da criança e estabeleceu comparações com o mundo animal e a história da humanidade.

          Para o autor, a motricidade ou psicomotricidade é o substrato de toda a atividade mental, desde que dialeticamente ligada à emoção, resultado de uma primeira troca expressiva da criança com o entorno humano e anterior à interação com o mundo objetivo. Também considera a expressão emotiva como uma prélinguagem, estágio primitivo que será integrado, gradativamente, às atividades psíquicas superiores, num processo repleto de crises e conflitos.

          Wallon, assim, ao contrário de Piaget, entende o desenvolvimento cognitivo como um processo descontínuo e eminentemente social, em que a linguagem terá um papel fundamental.
          Embora em sua teoria também estejam presentes estágios de desenvolvimento cognitivo, os elementos que regem a sua evolução são totalmente distintos.

O autor  propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget, porém, ele não é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira linear. O desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma criança ou um adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se desenvolve com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece uma forma específica de interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso.

O autor  dividiu o desenvolvimento da criança na faixa de zero a três anos em dois estágios: estágio impulsivo e emocional (zero a um ano) e estágio sensório-motor e projetivo (um a três anos). O primeiro estágio inicia-se pela atividade reflexa, pelos movimentos impulsivos (espasmos, crispações, gritos), globais e incoordenados. A maturação sucessiva dos sistemas de sensibilidade intero, próprio e, mais tarde, exteroceptiva2, aliada à ação do ambiente humano sobre o bebê, permitirão a diferenciação progressiva desses sistemas, transformando, evolutivamente, reações puramente fisiológicas em psiquismo, consciência; movimentos impulsivos suscitados por sensações de bem-estar e mal-estar adquirem um caráter expressivo (emoção), em função da interpretação realizada pelo ambiente social, estabelecendo-se, então, um circuito interativo recíproco, embora indiferenciado e simbiótico, entre o bebê e as pessoas com quem interage. Suas principais manifestações motoras consistirão numa organização expressiva das mesmas descargas motoras iniciais (gestos, mímicas e atitudes) que provocarão reações em seus interlocutores e serão modificadas por essas reações. Esse processo desencadeia uma espécie de consciência que se ocupa das modificações orgânicas que a condicionam e que parecem transformá-la em sua razão de ser.

          Gradualmente, o ato motor se transformará, então, em gesto instrumental de investigação e exploração (visão, audição, preensão, marcha) dos objetos do mundo físico, inaugurando um novo estágio no desenvolvimento da criança, o período sensório-motor. Este a conduzirá a uma diferenciação em relação a seu entorno: a atividade tônica, automática e afetiva evolui para uma atividade relacional com o mundo dos objetos, engendrada pela fase anterior, onde a ação da criança era de natureza eminentemente social. Isto gera um antagonismo (conflito), pois a atividade de relação advém de sensibilidades exteroceptivas e consiste em movimentos localizados e orientados à fonte de excitação (mundo externo), enquanto a automática é interoceptiva e difusa, centrada na construção do sujeito.

          Graças ao contato com o outro e aos efeitos conseguidos, as atitudes da criança diversificam-se e ganham precisão, sua atenção é aguçada e suas manifestações emotivas transformadas numa atividade intencional e representativa (construção de imagens). Assim, a atividade sensório-motora se desenvolverá em duas direções independentes, mas complementares: a manipulação dos objetos e a exploração do espaço. A primeira será enriquecida pelo aparecimento da linguagem que possibilitará a nomeação dos objetos e desembocará na inteligência prática ou inteligência das situações e a segunda, mais ligada à atividade postural, propiciará o surgimento da imitação, prelúdio da representação, cuja constituição definitiva terá lugar também através da linguagem.

          Segundo Wallon, o estágio sensório-motor e projetivo é caracterizado pelo movimento, suporte da representação. Inicialmente, os objetos do mundo são excitantes que o sujeito pode manipular para apreciar suas características (tato, audição, visão), pô-los em relação e classificálos. No entanto, por volta de um ano, essa exploração dos objetos evolui para uma capacidade de coordenação dos movimentos próprios aos dos objetos, o que possibilita uma previsão e confrontação de meios e objetivos; nasce assim, uma intencionalidade objetiva, voltada, não ao meio social, mas às coisas. As atitudes imitativas também terão papel importante para a formação dessa intencionalidade.
          Nesse período, porém, a exploração dos objetos não é de natureza analítica; constitui-se no reconhecimento de uma estrutura significativa posta em relação com outras estruturas, inclusive espacialmente. Essas diferentes combinações é que vão configurar a chamada inteligência prática ou inteligência das situações, definida pela formulação de soluções nem verbais, nem mentais, mas intuitivas, a partir das relações que existem ou podem existir no espaço.

          A linguagem tem um papel decisivo no processo de identificação e localização dos objetos, pois instrumenta a criança a focalizar o objeto num conjunto perceptivo e a compará-lo a objetos semelhantes, ultrapassando sua impressão presente. Assim, antes de expressar uma representação, a linguagem introduz um outro tipo de atividade, a atividade projetiva, caracterizada por realizações “ideomotoras”, ou seja, projeções de imagens mentais em atos que as realizam; a representação de algo está necessariamente atrelada ao gesto que a desencadeia e a exprime concretamente e de forma sucessiva. Esses “ideomovimentos” são os precursores da representação propriamente dita (inteligência discursiva) e, nesse longo percurso, as condutas imitativas serão fundamentais. Não devendo ser confundido com os gestos de acompanhamento e de contágio emotivo, resultantes de uma impregnação ambiental onde não há nem imagem nem modelo, o ato imitativo, que não aparece antes de um ano e meio, pressupõe a percepção de uma situação, a estruturação dos elementos sensoriais e a reconstituição deste conjunto. Também o “simulacro”, representação de um objeto na ausência deste ou de seus movimentos (jogos de
ficção), é uma fase que antecede a inteligência discursiva.

          A diferença básica entre a imitação e a representação é que a primeira reproduz um modelo, exteriorizando no tempo sua materialidade através de uma sucessão de atos, enquanto a segunda é atemporal, autônoma e definitiva; paralelamente, a relação dialética entre as duas é
devida, em parte, aos planos diferentes sobre os quais se apóiam, motor e simbólico respectivamente, e, em parte, a sua origem e papel comuns.

           No entanto, a passagem da inteligência prática para a inteligência discursiva é um processo que requer do sujeito a resolução dos conflitos provenientes das descontinuidades espaciais entre estas, o que exige uma maturação das estruturas anatômicas e funcionais. Onde Piaget detecta apenas um aumento no grau de complexidade dos mecanismos de assimilação e acomodação presentes durante todo o desenvolvimento cognitivo, Wallon aponta diferenças qualitativas de interação com o mundo.

          Wallon diz ainda que esse conflito é resolvido à medida que o sujeito consegue superar o símbolo concreto e individual e penetrar no signo abstrato e socialmente convencionado, diferenciando-se, uma vez mais, de Piaget. Segundo o primeiro autor, a representação não se depreende diretamente de uma atividade prática sobre o mundo; ela só se torna possível devido à intervenção da linguagem, produto eminentemente social. Portadora de signos, por excelência, a
linguagem principia como um longo ajuste de movimentos e seqüências de movimentos imitados, instrumentalizando a criança a conceber as coisas desprendidas das situações e do espaço físico e, conseqüentemente, a trabalhá-las, classificando-as e ordenando-as no espaço mental e abstrato de forma global e generalizada.

          Ao final do segundo ano de vida, a linguagem vai permitir a construção dos alicerces de um mundo conceitual que enuncia aquilo que nem sempre é realizável, “do que pertence a outros lugares ou a outros tempos” (Wallon, 1942:173). A partir daí, num constante processo dialético, linguagem e pensamento estruturar-se-ão reciprocamente, configurando, aos poucos, o pensamento categorial, próprio à idade adulta.

A socialização:
Para Wallon, desde o momento em que nasce, o bebê, por sua incompletude, sua incapacidade de sobrevivência sem a ajuda de um membro mais experiente da cultura, define-se como um ser social, sendo, portanto, impossível conceber a vida psíquica sem as relações de reciprocidade entre o biológico e o social. Uma vez que é este movimento que marcará todo o desenvolvimento cognitivo do sujeito, o entorno humano representa um lugar de significação das suas ações desde seu nascimento: seus primeiros comportamentos “exprimem já o reflexo das relações à que a palavra e o dom de imaginar as coisas servem de instrumento indispensável nas relações humanas” (Wallon, 1942: 133).

Wallon desenvolve uma concepção de conjunto do psiquismo enfocado sob o duplo aspecto afetivo e intelectual, o desenvolvimento cognitivo como um processo descontínuo e eminentemente social, em que a linguagem terá um papel fundamental

A meta maior da educação é tratar a pessoa como um todo:
Para Wallon, a pessoa tem que ser entendida a partir de suas condições orgânicas (limites biológicos) e históricas (social e cultural na qual ela está inserida). Para ele, a pessoa deve ser vista como um todo. É como um conjunto funcional resultante da integração dos aspectos cognitivo, afetivo e motor. A pessoa é formada a partir da interação com outros sujeitos, incluindo as interações contraditórias e de oposição aos outros.
É preciso que todos tenham oportunidades iguais, que se  tenha uma escola que respeite as singularidades de cada um, para que o aluno, através de experimento, possa descobrir suas  tendências e habilidades de acordo com seu estágio de desenvolvimento.

Na teoria de Wallon, a emoção possui um papel expressivo no desenvolvimento humano.  Segundo o autor, as características visíveis da emoção, independentemente de cultura, são acompanhadas de reações orgânicas, batimentos cardíacos e uma série de outras manifestações.  Entretanto, ela é contagiosa, representa as manifestações culturais e expressivas de cada povo. Assim, consideram as emoções como processos coletivos. Para ele, as pessoas choram ou sorriem em relação a alguém ou alguma coisa.

A emoção é a exteriorização da afetividade, um fato fisiológico nos seus componentes humorais e motores e, ao mesmo tempo, um comportamento social na sua função de adaptação do ser humano ao seu meio:

Wallon considera duas lições importante do papel do professor - A primeira é que somos pessoas completas: com afeto, cognição e movimento, e nos relacionamos com alunos, que também são pessoas completas, integral, com afeto, cognição e movimento.
A segunda lição é que somos componentes privilegiados do meio de nossos alunos

Jean Piaget


Jean Piaget

 Jean Piaget nasceu em agosto de 1896 na Suíça. Desde criança interessou-se por mecânica, fósseis e zoologia. 
Piaget foi uma criança precoce, tendo publicado seu primeiro artigo sobre um pardal albino aos 11 anos de idade. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica.Estudou Biologia e Filosofia e recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade.
Mudou-se para a França em1919, ano que ficou marcado em sua vida. Jean Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa.
          Elaborar uma teoria do conhecimento foi a grande preocupação de Piaget. Para isso, dedicou uma parte de sua obra a observações minuciosas do desenvolvimento de seus três filhos. Conduziu esse estudo sempre apoiado em dois pilares: a lógica e a psicologia genética.
          Biólogo, Piaget definiu a inteligência como uma das manifestações da vida, isto é, uma forma de adaptação, sendo a ação o modo de interação do homem com o meio. Isto significa que em todos os níveis do desenvolvimento, uma conduta cognitiva é uma ação (concreta ou
interiorizada), cuja função é a adaptação do sujeito a seu meio pela interação. Este desenvolvimento é contínuo, sua continuidade encontra-se, por um lado, na noção de ação e, por outro, na de função: através de processos de assimilação e acomodação, o sujeito vai, pouco a pouco, coordenando suas ações num nível de complexidade estrutural cada vez mais alto. O aspecto descontínuo da evolução estaria ligado, portanto, ao conteúdo e às estruturas das ações.
          O período sensório-motor, que vai de zero a dois anos, caracteriza-se pela inteligência
sensório-motora, ou seja, uma adaptação prática ao mundo exterior. O bebê, partindo de simples reflexos, consegue chegar progressivamente a uma organização coerente de percepções sucessivas e movimentos que lhe permitem uma interação com os objetos reais do seu meio imediato: inicialmente, as condutas sensório-motoras dirigem-se ao próprio corpo (sucção, audição, visão...), orientando-se, em seguida, aos objetos externos. Uma coordenação gradual de ações tem lugar através do jogo de assimilações recíprocas, repetidas, reconhecidas e generalizadas. A princípio todos fechados, elas deixam de sê-lo à medida que o bebê age com intenção, transformando-se em condutas que coordenam meios e fins e diferenciam o sujeito, fonte da ação, do objeto, que adquire uma certa permanência espaço temporal. A partir de condutas que se repetem em bloco, ao acaso e sem objetivo prévio, o bebê alcança gradativamente um estágio, onde um objetivo antecede sua ação; utilizando-se de esquemas adquiridos anteriormente (bater, agitar, etc.), que podem ser chamados de “conceitos sensório-motores”, o sujeito busca compreender um objeto através de suas possibilidades de uso (como “definições pelo uso” encontradas, posteriormente, no plano verbal).

          Os primeiros esquemas de ação (sucção, preensão) vão se estender, assim, a objetos
diversos e, simultaneamente, as ações se modificarão em função de novos objetos. Aos poucos, os diferentes esquemas de ação irão, igualmente, se coordenando: no início, o bebê, ou olha um objeto, ou pega-o; mais tarde, ele poderá pegá-lo e olhá-lo e, mais adiante, ele poderá utilizá-lo como intermediário (meio) para a realização de um outro objetivo. Mesmo sem ter experimentado concretamente as possibilidades de uso de um determinado objeto, o sujeito pode então inventar e antecipar procedimentos para alcançar seus objetivos [“dedução sensória motora” (Piaget, 1936)]; a ação concreta cede lugar à reflexão sob forma de ação interiorizada.
          O pensamento representativo (rudimentar) inicia-se com a capacidade de evocar objetos e eventos ausentes, seja por gestos, seja através de outros objetos. Isto traz uma nova dimensão à inteligência prática e permite a elaboração de operações mentais bem mais complexas que os atos limitados ao aqui - agora. Se a inteligência prática se restringe a coordenar sucessivamente estados de uma ação interligados por curtas antecipações e reconstituições momentâneas em torno de um objeto concreto, a inteligência conceptual propiciará uma representação de conjunto (fusão) simultânea da ação, classificatória e reflexiva, onde a distância espaço-temporal entre o sujeito e os objetos tende ao infinito, a uma possibilidade de abstração ilimitada.

          Essa capacidade representativa tem sua origem na imitação que se inicia desde os primeiros meses de vida. Sempre imerso nos meios social e físico, mesmo que indiferenciados a princípio (coisas e pessoas constituindo a realidade de forma análoga), o sujeito passa por diferentes fases de imitação: inicialmente, uma cópia direta dos gestos do adulto, esta se transforma, gradativamente, em atos de inteligência representativa e em jogos simbólicos acompanhados de vocalizações ou palavras.

A transição entre as condutas sensório-motoras e as condutas representativas é assegurada, portanto, pelos prolongamentos da imitação, a imitação diferida e interiorizada (imagem mental), que aparecem no mesmo nível de desenvolvimento que o jogo simbólico e a linguagem. O primeiro serve-se de símbolos individuais e a segunda de signos convencionais, arbitrários e coletivos (sistema de comunicação próprio a uma comunidade
social).
          Com o aparecimento da função semiótica e, por conseguinte, dos instrumentos de representação, o sujeito que age passa a ser um sujeito que conhece suas ações. Os instrumentos de representação (jogo simbólico, imitação diferida, linguagem) permitem a interiorização dos esquemas de ação de uma forma parcial e progressiva; trata-se de um longo processo de conceptualização com transformações dos esquemas de ação e sua reconstrução num nível superior.

          Esse processo se inicia por volta dos dois anos, em função de uma ampliação do contexto espaço-temporal da ação, e perdura até os cinco anos, quando o sujeito consegue perceber certas ligações objetivas entre as ações e suas funções constituintes, que ainda não se constituem em verdadeiras operações. Estas surgirão à medida que o sujeito é capaz de prever resultados e planejar suas ações.

         É visível que, para Piaget, o papel da linguagem é acessório na construção do conhecimento, pois as raízes do pensamento estão na ação e nos mecanismos sensório-motores, mais do que no fato lingüístico; da mesma maneira que o jogo simbólico faculta a possibilidade de se representar individualmente o mundo, “a linguagem transmite ao indivíduo um sistema todo preparado de noções, de classificações, de relações, enfim, um potencial inesgotável de conceitos que se reconstroem em cada indivíduo, apoiados no modelo multissecular já elaborado pelas gerações anteriores” (Piaget, 1967:170 ).

A linguagem é uma condição necessária, mas não suficiente para a construção das operações lógicas. Os verdadeiros mecanismos de passagem de um estado de desenvolvimento a outro são os processos de abstração empírica que se realizam sobre os objetos e, sobretudo, as abstrações via pensamento que se aplicam às ações e a suas coordenações. Assim, a linguagem constitui uma organização, ao nível representativo, dos progressos realizados pela abstração via pensamento, mas não pode engendrar uma nova operação cognitiva.

1-    os conceitos básicos da teoria de Jean Piaget consiste a partir de três elementos fundamentais: a estrutura, que se refere aos aspectos biológicos; a função, que trata das tendências básicas da espécie e o conteúdo, que se refere aos dados comportamentais.

2-    As etapas de desenvolvimento cognitivo de sua teoria são:

- Estágio sensório-motor (de 0 a 24 meses) - A inteligência manifesta-se através de suas ações, que são geralmente aplicadas a várias situações problemas. Também apresenta um certo planejamento das suas ações, o que é uma característica crescente da sua inteligência;

- Estágio pré-operacional (de 2 a 7 anos) – Inicia-se em seu primeiro momento (2 a 4 anos) com a linguagem e termina com o desenvolvimento da função simbólica. No segundo momento (de 4 a 7 anos) caracteriza-se pelo sincretismo do pensamento, porque a criança está interessada no todo e não nas partes;

- Estágio das operações concretas (de 7 a 12 anos) – A criança operacional já pensa de maneira lógica, do ponto de vista do adulto, mas com grande dificuldade de raciocinar com conteúdos totalmente verbais. Nessa fase ela deve possuir algumas características como: representação mental, conservação, relações, inclusão de classes e ordenação serial. 

 Na relação entre aprendizagem e desenvolvimento,  para  Piaget, o  conhecimento do homem sobre o mundo está ligado diretamente à sua adaptação à realidade, ou seja, só o conhecimento faz com que a pessoa se adapte mundo. Entretanto, esses conhecimentos obtidos pela adaptação nada mais são que o desenvolvimento da própria pessoa.

Desenvolvimento e aprendizagem, segundo Piaget:
Para o autor,  desenvolvimento intelectual não se separa das condições afetivas, sociais e morais que constituem a vida da instituição educacional. Na aprendizagem, seus estudos tratam da teoria da equilibração (ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, ou seja, o equilíbrio cognitivo implica em afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas, bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodação bem sucedida.

Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo dá-se quando temos um conflito cognitivo. Esse conflito causa instabilidade, motivação, conflito, duvida, desejo de saber. Este conflito cognitivo dá-se quando percebemos que temos algo contraditório é interno e pessoal

          Para Piaget, o desenvolvimento mental dá-se espontaneamente a partir de suas potencialidades e da sua interação com o meio. O processo de desenvolvimento mental é lento, ocorrendo por meio de graduações sucessivas através de estágios: período da inteligência sensório-motora; período da inteligência pré-operatória; período da inteligência operatório-

concreto; e período da inteligência operatório-formal.

Diz ainda que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e
equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui nabusca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).

Socialização, segundo  Piaget:
Na criança muito pequena, há uma notória falta de socialização. Ela vai se socializando à medida que a pressão do meio externo exige a adaptação de seus pensamentos àqueles do mundo adulto.
O desenvolvimento cognitivo se dá a partir de esquemas e estruturas de pensamentos e ocorre em etapas (estágios) pelas quais todos os indivíduos passam
A criança se desenvolve com seus conflitos internos. Para ele cada estágio estabelece uma forma específica de interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso. O desenvolvimento acontece por meio de relações entre um ser e um meio que se modificam reciprocamente.

A avaliação, segundo Piaget
*A avaliação caracteriza-se por um momento de reflexão crítica e tomada de decisão para o professor. Serve para desvelar o processo para conhecer. Sem avaliar não se conhece e sem conhecer não se pode confiar. Para trabalhar de acordo com a realidade é preciso saber ler essa realidade. Conhecê-la é fator desencadeador de uma decisão consciente e uma organização dos novos rumos da intervenção do professor